Escrever pra mim sempre foi sinônimo de liberdade, de poder falar comigo mesma abertamente, percebi que colocando no papel, algumas coisas fazem mais sentido e outras deixam de fazer. Teve uma época que eu era viciada em escrever e isso me fazia tão bem, mas a gente vai entrando num mundo de adultos e se perde no que conhecíamos de nós.
Eu hoje me pergunto quem sou. Será que muito ainda daquela menina introvertida e apaixonada pelo mundo e pelas pessoas? Ou será que eu já perdi muito dela?
Voltei pra ler meus textos de 10 anos atrás, daquela menina de 16 e fiquei impressionada quando me encontrei ainda do mesmo jeito, ainda introvertida, ainda ficando vermelha em mil situações sem motivo, ainda pensando muito antes de falar, ainda sonhadora e sensível.
Mas hoje eu vejo que tenho mais experiência com essa menina e o que antes era tentativa de mudança de personalidade, hoje é aceitação. Eu conheço quem sou, sei dos meus defeitos e medos, sei das lembranças boas e das ruins. Hoje eu não quero mudar, só ser aceita pelo que sou, essa menina introvertida não vai mudar nunca. E eu espero que não porque hoje eu a amo demais, assim como ela é.